domingo, fevereiro 27

A não perder

A New Age chegou a Portugal.
A nova vaga de religiosidade, inspirada pela realidade norte-americana, em que tudo se defende e se discute, até a doutrina e os dogmas, está na berra por toda a União Europeia.
A RTP passa na segunda-feira, 28, às 22.30, o programa OS MISTÉRIOS DA FÉ, conduzido por Marcia Rodrigues.

77ª Gala dos Óscares

É uma noite especial.
Anualmente, no Kodak Theater de Los Angeles, desfilam os génios da criatividade e da ficção cienematográfica, que são vistos por centenas de milhões de pessoas através do sinal enviado para todo o mundo pela estação de televisão norte-americana ABC.
O Aviador, de Martin Scorsese, com onze nomeações, é o grande favorito. O filme sobre o magnata Howard Hughes só pode ser beliscado por Million Dollar Baby, de Clint Eastwood.
Hotel Ruanda, um outsider na corrida aos Óscares, já é um dos ganhadores por ter chamado à atenção para mais um genocídio em África. O filme espanhol, Mar adentro, de Alejandro Amenábar, um chileno radicado em Espanha, é outro dos grandes vencedores por ter reaberto o debate sobre a eutanásia, contando a história de Ramón Sampedro, um tetraplégico que lutou pelo direito a morrer.
A única certeza é a escolha surpreendente do actor cómico Chris Rock - o novo apresentador dos Óscares da Academia, que sucede ao magnífico Billy Cristal.

sábado, fevereiro 26

Coincidências

Os russos e os portugueses estão in love. No futebol e no automobilismo, muitos compatriotas estão a rumar para o outro lado da Europa. Os contratos milionários também já chegaram à Fórmula 1, com Tiago Monteiro a ocupar um dos volantes da equipa Jordan, agora propriedade de um russo.

Polémica

O estado de saúde do Papa está a relançar o debate sobre um dos temas que a Igreja sempre detestou abordar: a possibilidade de o chefe da Igreja abdicar.
Visivelmente debilitado e incapacitado fisicamente para liderar os destinos da Igreja e do Vaticano, a discussão está na agenda, com muitas vozes a defenderem, discretamente, a substituição de um Papa que marcou a hiostória do século XX.

Quem diria

Até o campeonato, na óptica dos três grandes, dá sinais de necessidade de um pacto. O Braga lidera a superliga.

Top 100

quandooblogbatemaisforte.blogspot.com

Deve ser mentira

Vou tentar ver o Expresso da Meia-Noite de ontem, que a SIC Notícias costuma repetir. Dizem-me que houve um apelo a um pacto de responsabilidade entre os órgãos de comunicação social, apontados como os responsáveis pelo pessismo que varre Portugal. É estranho. Mas o mais curioso é que a ideia não partiu de Jorge Sampaio, que não fez parte dos convidados do programa de Ricardo Costa e Nicolau Santos.

Ainda há esperança

José Sócrates não deve chamar muitos dos rostos dos Governos de António Guterres. A notícia do dia está Aqui

Fantasporto

Começou um dos festivais favoritos dos portugueses.

sexta-feira, fevereiro 25

Se a moda pega...

O ministro das Finanças francês , Herve Gaymard, demitiu-se após ter sido conhecido, publicamente, que tinha alugado um andar de luxo, em Paris, pago pelos contribuintes franceses.

Uma questão de UMIC

Com a devida vénia a Os Estados da Nação, vale a pena ficar à espera para saber o que vai fazer José Sócrates em relação a esta verdadeira pérola de cultura da tripla Barroso/Lopes/Portas.

Coincidências

O Inimigo Público faz hoje manchete com um cheque em branco dos portugueses em nome de José Sócrates. Com dezenas de bancos instalados em Portugal, por que será que o banco escolhido foi o Espírito Santo?

A inversão de papéis

Quem diria que Santana Lopes, à saída de Belém, seria capaz de se tornar tão humilde e ponderado. E quem diria que Pedro Silva Pereira ( para quem nunca ouviu falar dele, é o porta-voz de José Sócrates), escassos dias depois da vitória socialista, seria capaz de se revelar tão arrogante e precipitado.

Sobe e Desce

O melhor instantâneo
Interactividade
A toque de Caixa
A seguir
Quatro anos de solidão
CDS temperado
Para esquecer
Que estranho
Guerra civil no PSD

quinta-feira, fevereiro 24

Governo versus Imprensa

O mote para as relações entre o Executivo de José Sócrates e a comunicação social está dado.
António Vitorino, uma espécie de referência do PS, quando é absolutamente necessário, definiu o tom do que vai ser, aparentemente, o relacionamento institucional dos novos governantes com os jornalistas.
Em abono da verdade, a declaração de António Vitorino, o-governo-não-vai-ser-feito-na-comunicação-social-nem-pela-comunicação-social, soa a recado, para não dizer que é totalmente ridícula. Basta recordar a formação dos Governos de António Guterres, em 1995 e em 1999, para constatar que a declaração não é para levar a sério. A não ser que, porventura, se destine, objectivamente, a criticar o ex-primeiro-ministro socialista.
O significado político da afirmação do eterno número dois do PS tem um alcance que ultrapassa uma espécie de elaboração de um novo código de conduta da nova governação. Certo de uma maioria absoluta, para quatro anos, na melhor das hipóteses, António Vitorino ainda traumatizado pela sua demissão, por causa do monte alentejano, está a tentar avançar com processo que soa a intimidação, apesar de sentir necessidade de recordar que esta nova maioria não conta nem precisa dos media, o que de per si é um sinal de fraqueza.
Em todos as Democracias, nomeadamente as da União Europeia, a comunicação social, normalmente, antecipa as figuras de relevo ainda antes do anúncio formal do Governo. Não tem nada de extraordinário. A declaração de Vitorino, essa sim, é um estranho começo, para não dizer que é um ligeiro tique, estilo pezinho-a-fugir-para-o-chinelo, revelador do que pode vir a ser o exercício do poder no novo Governo de José Sócrates.

quarta-feira, fevereiro 23

Lucidez

Ana Sá Lopes, no Glória Fácil, faz uma análise dos últimos tempos da governação de Pedro Santana Lopes. Imperdível para amigos, inimigos e quejandos.

Sobe e Desce

O melhor instantâneo
Quatro casamentos e um funeral
A seguir
Porta fechada
Para esquecer
Vasco Graça Moura

José Saraiva

Pela primeira vez, desde 1999, abro uma excepção para falar sobre a segunda comissão de inquérito ao acordo entre o Estado e António Champalimaud.
Numa das muitas sessões, no Parlamento, aprendi a respeitar um deputado socialista, que nunca se refugiou na disciplina partidária para atraiçoar a verdade e a sua consciência.

Sempre a dar

As grandes superfícies também conseguiram.
A partir de agora, os grupos económicos de distribuição podem instalar postos de gasolina ao lado, mesmo ao lado, dos seus hipermercados. Não se pense que as questões de segurança foram esquecidas. Nada mais errado. O licenciamento destes postos de abastecimento, tipo compre um frango e ganhe um litro de gasolina, passam a depender, caso a caso, da análise dos serviços de bombeiros e protecção civil. É obra!

terça-feira, fevereiro 22

É demais!

Hoje, imediatamente após a abertura do Telejornal, Dias Loureiro, um dos principais responsáveis pela situação de crise que se viveu nos últimos meses, em Portugal, comentava, tranquilamente, a sucessão no PSD.

Vitorino no Governo

O ex-comissário europeu, António Vitorino, vai integrar o XVII Governo Constitucional.Para quem garantiu que o Governo não seria feito na comunicação social não está nada mal.

Countdown

Pedro Santana Lopes vai deixar a liderança do PSD no congresso extraordinário do partido.
No caso de não suceder a si próprio, uma curiosa moda que parece ser admitida por alguns, o próximo secretário-geral do PSD está condenado a passar quatro anos na oposição, na pior das hipóteses. Se não houver surpresas, o caminho do sucessor de Santana Lopes vai ser difícil e complexo, com duas eleições fundamentais à porta: autárquicas e presidenciais.
Ainda condicionado pelo resultado de 20 de Fevereiro, o futuro líder do PSD vai ter de enfrentar em Outubro, ao que tudo indica, mais uma onda rosa, o que vai enfraquecer e dificultar, ainda mais, a reconstrução do partido. Poucos meses depois, chegam as presidenciais, com todas as incógnitas que encerram a próxima eleição do Presidente da República.
Hoje, ninguém sabe qual vai ser o futuro de Pedro Santana Lopes. Nem tão pouco se Cavaco Silva avança para a corrida a Belém. Do outro lado da barricada, as dúvidas também são muitas. Guterres arranca para mais uma batalha eleitoral?
Face a todos os cenários, que estão em aberto, importa recordar que o futuro primeiro-ministro, José Sócrates, tem uma larga maioria absoluta, pelo que um presidente de uma outra família política, eleito por sufrágio universal, pode implicar um confronto inevitável entre dois órgãos de soberania. Alguém consegue imaginar Sócrates e Cavaco a entenderem-se? O perfil de ambos antecipa um braço-de-ferro, com consequências imprevisíveis.
Assim, no prazo de um ou dois anos, a questão de regime pode colocar-se, novamente, depois de Jorge Sampaio ter aberto o precedente: dissolver a Assembleia República no momento em que existe uma maioria parlamentar que sustenta o governo em exercício.
A curto ou a médio prazo, os portugueses podem ser chamados, pelas boas ou pelas más razões, a discutir se o regime deve acentuar a vertente parlamentarista ou se deve evoluir para um presidencialismo à francesa.

Sobe e Desce

O melhor instantâneo
Uma questão de mulheres
A seguir
Facto consumado
Para esquecer
Chuva rosa

Um sinal

A escolha do ministro das Finanças não é a decisão mais importante e complexa do futuro primeiro-ministro. Depois da adesão à União Europeia e após a substituição do escudo pelo euro, o ministro das Finanças deixou de ser uma peça decisiva na estrutura governamental, aliás, por que já não tem à sua disposição os tradicionais instrumentos para controlar os grandes agregados macroeconómicos e a evolução económico-financeira. A importância que continua a ser conferida ao titular da pasta das Finanças só pode ser explicada pelos resquícios salazarentos e cavaquistas que permanecem vivos na sociedade portuguesa.
Hoje, os tempos são diferentes.
A economia, a competitividade e a inovação, em pastas separadas ou unificadas, a Saúde, a Justiça, a Ciência e a Segurança são as áreas decisivas para a evolução do desenvolvimento e da competitividade.
O sucesso do futuro governo depende das escolhas apresentadas para estes sectores. Mas ainda depende mais da escolha entre a engorda dos grupos económicos, à custa dos habituais atropelos, e de um apoio sustentado às pequenas e médias empresas.
José Sócrates quando apresentar o XVII Governo Constitucional vai dar um sinal claro aos agentes económicos: ou está com a banca e com as grandes multinacionais, que trocam de país ao ritmo do volume de subsídios estatais e comunitários, ou está com os empresários que criam emprego, aguentam as crises conjunturais e determinam o nível do emprego e da qualidade de vida da generalidade dos cidadãos.

segunda-feira, fevereiro 21

Sobe e Desce

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Estado de graça
Absolut
O menino guerreiro
A seguir
A abstenção
A participação
Cavaco Silva
Para esquecer
A outra campanha
Amargo de boca
Espairecendo

Uma noite avassaladora

José Sócrates - medíocre, no primeiro momento em que falou ao país como futuro primeiro-ministro
Santana Lopes - desastroso
Jerónimo de Sousa -implacável
Paulo Portas - magnífico
Francisco Louça - ao seu nível, sem esconder a tristeza de não ter evitado a maioria absoluta do PS
Manuel Monteiro - para esquecer

Abstenção: uma estrela surpreendente

A ligeira diminuição da taxa de abstenção surpreendeu.
Pelo que se viu da campanha, nomeadamente a socialista, à excepção do último comício, na FIL, em Lisboa, não existiam muitos sinais que apontassem para tal capacidade de mobilização.
Uma análise mais cuidadosa pode vir a revelar que os portugueses estão fartos do folclore comicieiro, mas não prescindem de votar, mesmo os que se revelam indecisos até ao último minuto.
O PS convenceu os portugueses a votar. Jorge Sampaio, na sua última intervenção, conseguiu despertá-los para a necessidade de ir votar.
Por último, importa não mistificar a realidade da noite eleitoral de ontem: 34,98% não votaram e os votos brancos quase duplicaram.

domingo, fevereiro 20

Incidente

A Comissão Nacional de Eleições solicitou à comunicação social para não divulgar o apelo de Mário Soares, à saída de uma assembleia de voto, ao voto no PS.

sábado, fevereiro 19

Reflexão

Hoje, é um dia especial para todos os portugueses.
Chegou a hora de ponderar o voto.
Amanhã, cada um, em consciência, decide o futuro de Portugal.

Até ao último minuto

Os partidos políticos, os principais e os pequenos, apostaram tudo nas últimas iniciativas de campanha.
O comício do PS, na FIL, em Lisboa, impressionou pelo entusiasmo e pelo calor dos milhares de militantes, muitos deles orgulhosos de terem vindo de camioneta.
Estavam lá todos, ou quase todos. A tralha guterrista, em peso, marcava o terreno, mas António Guterres ficou de fora.
Manuel Alegre fazia as honras de uma tendência de esquerda no seio dos socialistas.
Ferro Rodrigues, discreto, acabou por ser uma das estrelas da noite. Abraçado por José Sócrates, o ex-líder do PS mereceu o cumprimento da generalidade dos notáveis sociallistas.
Tal como José Sócrates, Santana Lopes (Figueira da Foz), Jerónimo de Sousa (Lisboa), Paulo Portas (Aveiro), Francisco Louça (Porto) e os restantes líderes partidários realizaram os respectivos comícios de encerramento, com a mesma convicção e objectivo: um derradeiro apelo às centenas de milhares de indecisos.

sexta-feira, fevereiro 18

Sobe e Desce

O melhor instantâneo
Uma questão para José Sócrates
O fim da campanha

O momento de demagogia dele
A seguir
As sondagens, os resultados e as consequências
O voto contra
Para esquecer
Um grande indeciso

Uma reacção esclarecedora

José Sócrates não comenta a notícia de O Independente, mas o seu porta-voz já fez, hoje, duas declarações. De acordo com a Lusa, Pedro Silva Pereira anunciou que o semanário vai ser processado por envolver o nome de José Sócrates no caso do licenciamento do centro comercial Freeport, em Alcochete. Em declarações aos jornalistas no final de uma acção de campanha do PS com jovens quadros, em Lisboa, o porta-voz socialista referiu que o jornal O Independente será um dos grandes derrotados das eleições de domingo.

O mistério

A direcção nacional da PJ emitiu um comunicado a propósito da notícia de hoje de O Independente.

A notícia do dia

José Sócrates pode não querer falar do caso Freeport, mas vai ter de falar, mais tarde ou mais cedo. O líder do PS tem a obrigação de explicar aos portugueses, antes do dia das eleições, por que razão considerou a notícia de O Independente, da semana passada, um insulto. O semanário revela, preto no branco, o documento da PJ que sustenta a notícia, para fazer a capa de hoje: Indesmentível. Afinal, quem insultou José Sócrates? O Independente? A PJ? Se assim é, apesar do timing da investigação ser muito próximo da data das eleições, vai o líder do PS processar o semanário ou vai afastar a direcção da PJ se for eleito primeiro-ministro? Como é óbvio, José Sócrates nem é suspeito nem é arguido, do ponto de vista jurídico, até ao momento, como revelaram, prontamente, os comunicados da PGR e da PJ, emitidos na semana passada. Mas, politicamente, a questão é outra e assume uma importância decisiva, precisamente, em vésperas de eleições determinantes para o futuro de Portugal. O líder do PS até podia fazer uma declaração pública a mostrar disponibilidade para revelar as suas contas bancárias pessoais, o que não fez. Até podia manifestar disponibilidade para revelar os movimentos das contas bancárias do PS, o que nem ele nem o partido fizeram, como se pode verificar pelo último acórdão do Tribunal Constitucional número 647/2004. O mais extraordinário é que, apesar da bandalheira reinante nas contas partidárias, Joaquim Artur Maurício, presidente do Tribunal Constitucional, já admitiu que a Entidade Fiscalizadora das Contas e Financiamento dos Partidos não vai ter um papel relevante na verificação das contas da campanha eleitoral que está em curso, conforme noticiou o Público, no passado dia 1 de Fevereiro. O Freeport é muito mais do que o caso Sócrates. É um inquérito criminal ao financiamento partidário, que deve ser investigado até ás últimas consequências, seja qual for o resultado das eleições de 20 de Fevereiro. A avaliar pelo passado de quem está a liderar a investigação, o Freeport vai mesmo para a frente. A ex-subdirectora da PJ, Maria Alice Fernandes, que está, actualmente, à frente da directoria de Setúbal – depois de ter sido corrida por Adelino Salvado, após a saída de Maria José Morgado e de Pedro Cunha Lopes -, pode não ser uma expert no combate ao crime económico-financeiro, mas tem fama de ser experiente, determinada e resistente a eventuais manipulações políticas.

quinta-feira, fevereiro 17

Sobe e Desce

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Declaração de incoerência
Grande voto
A seguir
Uma questão sem resposta
Para esquecer
Perguntas e perguntas

PS com maioria absoluta

A Universidade Católica avança, para o Público, a RTP e a Antena 1, com a sondagem que dá maioria absoluta ao PS Aqui

Decisão histórica

Acabou a roubalheira impune das companhias de aviação. Um passageiro que fique em terra por overbooking tem direito a uma indemnização imediata até 600 euros, reembolso do preço do bilhete, voo gratuito para o destino pretendido, refeições, bebidas e alojamento.
Consagrado no novo regulamento comunitário, que entra hoje em vigor nos 25 países da União Europeia, os direitos dos passageiros e a responsabilidade das companhias aéreas e operadores de voo compensam anos e anos de total impunidade.
Nos casos de recusa de embarque porque a venda de bilhetes foi superior aos lugares disponíveis, está previsto o pagamento, no prazo de uma semana, de 250 euros para todos os voos até 1.500 quilómetros, 400 euros para os voos intracomunitários com mais de 1.500 e para todos os outros voos entre 1.500 e 3.500 quilómetros e 600 euros para todos os voos com distância superior a 3.500 quilómetros.
Em caso de atraso significativo - mais de duas horas para os voos curtos, mais de três para os intra-comunitários e mais de quatro para os de longo curso -, os passageiros terão direito refeições, repouso ou a noite no hotel, comunicações e transporte. Se o atraso for além das cinco horas, os passageiros têm igualmente direito ao reembolso do bilhete no prazo de sete dias. Cerca de 250 mil passageiros aéreos são anualmente surpreendidos nos aeroportos comunitários quando efectuam o seu check- in, sendo-lhes negado o embarque pelo avião se encontrar cheio.

E agora Cavaco?

Eurico de Melo, Alberto João Jardim, Durão Barroso e Pinto Balsemão, de uma forma ou de outra, expressaram o seu apoio a Santana Lopes. Agora, até Pacheco Pereira, numa das suas habituais piruetas intelectuais, vem a terreiro confessar que vai votar em Santana Lopes. Sempre que um dos notáveis apoia o actual primeiro-ministro, o país vira-se para Cavaco Silva. Aliás, a atitude e as críticas do ex-líder do PSD têm sido grandes trunfos de campanha de José Sócrates, para descredibilizar a actual liderança social-democrata. Será que o professor vai aparecer no último minuto? Ou será que vai resistir às pressões que têm sido feitas para que manifeste o apoio a Santana Lopes? Só faltam quatro dias para se saber de que lado vai ficar um dos potenciais candidatos a Belém.

quarta-feira, fevereiro 16

Sobe e Desce

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Somos os maiores
Um passo em falso
A seguir
A maioria de Sócrates
Para esquecer
Má-fé

Legislativas 2005 - Os cromos (47)

Manuel Monteiro crê que CDS vai fazer acordo com PS se aumentar votação.

Legislativas 2005 - Os cromos (46)

Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, responsabiliza os últimos governos pela situação do desemprego.

Leguislativas 2005 - Os cromos (45)

Santana Lopes admitiu que só o seu partido ou o PS estão em condições de ganhar as eleições de domingo, mas advertiu para os perigos duma eventual vitória socialista.

Legislativas 2005 - Os cromos (44)

Couto dos Santos propôs um pacto PSD/PS para defender a Casa da Música do Porto

Negócio de última hora

Paulo Portas, ministério de Estado e da Defesa, assinou, ontem, com o grupo Steyr-Daimler-Puch o contrato de fornecimento das novas viaturas blindadas de rodas (VBR) do Exército e da Marinha, que envolve verbas da ordem dos 344 milhões de euros.

Um apoio de peso

Santana Lopes está a conseguir a solidariedade dos ex-líderes do PSD. Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, participou na campanha eleitoral do PSD. Quem não gostou nada deste apoio, entre outros, foi o alemão Martin Schulz, presidente do grupo socialista no Parlamento Europeu, o segundo maior agrupamento político, que acusou Durão Barroso, de comprometer a sua independência ao participar num tempo de antena do PSD para as legislativas de domingo.

Chegou a hora

Com a maioria absoluta a escapar, em grande velocidade, José Sócrates ainda tem dois dias para ganhar a aposta do PS para as legislativas de 2005.
Depois de uma boa prestação no debate a cinco, ontem, mas insuficiente para alcançar o seu principal objectivo, apesar de ter colocado Paulo Portas no lugar, o líder do PS ainda vai ter de passar o teste da recta final da campanha.
Por sua vez, Santana Lopes vai jogar tudo. As declarações do líder do PSD, hoje, apontando o dedo a Jorge Sampaio, pela criação de uma situação de instabilidade política, vão ser o mote da dramatização final. No momento em que são conhecidos os números do desemprego, 7,1%, o primeiro-ministro em exercício não hesita em colocar o dedo na ferida. Com uma situação de impasse na cena política, que pode ser agudizada pelo resultado eleitoral, nem há investimento que resista nem criação de emprego que perdure.

terça-feira, fevereiro 15

Sobe e Desce

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Um caso chinês
Ele há cada uma
Pá: Tá feito
A seguir
À espera de Luís Delgado
Para esquecer
Dos roucos não reza a história

Francisco Louçã ganha o debate

O último debate transmitido na televisão foi vencido por Francisco Louçã. José Sócrates e Pedro Santana Lopes empataram. Quem perdeu foi Paulo Portas. Surpreendentemente! O líder do CDS-PP estava nervoso, crispado e desconcentrado. Jerónimo de Sousa não ganhou nem perdeu. Uma súbita falta de voz impediu o secretário-geral do PCP de lutar pela vitória.
Factos são factos. É impressionante como um líder de um pequeno partido pode derrotar os candidatos a primeiro-ministro. José Sócrates esteve melhor do que no anterior debate da SIC, mas perdeu mais uma oportunidade para alcançar a maioria absoluta. Pedro Santana Lopes, mais uma vez, conseguiu estar a um nível elevado. Sem medo de pedir a vitória. Aliás, o líder do PSD, dia-a-dia, está mais maduro e com um discurso mais coerente.
Contrariamente ao duelo na SIC, hoje, o debate a cinco, na RTP, foi melhor, mais esclarecedor e bastante mais animado.

Uma carta muito aberta

É um texto que vale a pena ler. Para votar no PSD ou para votar noutro partido Aqui

segunda-feira, fevereiro 14

Sobe e Desce

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Cuidado com os fumadores sobre rodas
A seguir
Uma questão de fundo
Para esquecer
Dúvidas existenciais
A voar baixinho

No reino do vale tudo

Santana Lopes decretou dois dias de luto nacional por causa da morte da Irmã Lúcia, em pleno período de campanha eleitoral. Alguns críticos da decisão têm invocado que deve prevalecer a separação entre o Estado e a Igreja. É um argumento sólido e racional, tanto mais que a morte da vidente de Fátima parece não ter gerado uma comoção generalizada.

O que já não é tão aceitável é o julgamento sumário dos líderes partidários, que decidiram interromper ou alterar os respectivos programas de campanha eleitoral. D. Manuel Martins, uma das vozes mais respeitadas e inconformadas da Igreja portuguesa, devia ter mais cuidado quando acusa os políticos de oportunismo político. A pressa em atirar uma pedra aos políticos deixa muito a desejar de uma autoridade da Igreja, cuja caridade devia começar por casa. E, nesta matéria, há tanto a fazer pela Igreja nos tempos que correm. Felizmente, D. Januário Torgal, apesar de alinhar na tese do pecado da oportunidade política, é mais moderado, pois critica os dirigentes políticos ainda que assegurando que não pretende julgar ou condenar ninguém.

A decisão de Santana Lopes está sujeita a todo o tipo de interpretações, umas legítimas outras bem enviesadas. A mais retorcida, talvez a mais hilariante, é a da vantagem política e eleitoral. Não faltam iluminados que insinuam que a decisão foi tomada porque favorece eleitoralmente quem a tomou. Assim, e para que fique claro, os defensores desta tese sustentam, mais ou menos sibilinamente, que Santana Lopes e Paulo Portas, sem esquecer José Sócrates, entre outros, decidiram suspender ou alterar as campanhas com o objectivo de obterem mais votos nas próximas eleições de dia 20.
Um raciocínio tão rápido e tão inteligente, de quem não apresenta uma única justificação do que está a dizer, tem o mérito de impressionar. É obra! Mas vale o que vale, apenas um punhado de sound bytes.
Dito isto, o mais extraordinário é que, para já, ninguém teve a honestidade intelectual de denunciar a consequência lógica do argumento de aproveitamento político: o perigo dos resultados eleitorais serem desvirtuados por uma decisão de Estado, alheia ao processo de esclarecimento dos portugueses. A razão é simples. Obviamente, ainda há a noção do ridículo e algum pudor em chamar estúpidos aos portugueses.

É legítimo opinar, com total liberdade, mas é preciso manter a objectividade, a coerência e a credibilidade. Ou será que vale tudo para alcançar outras reacções, essas sim com o intuito de influenciar o voto dos portugueses?

sexta-feira, fevereiro 11

A sondagem da maioria

O PS continua a ser o partido com mais vantagem nas sondagens Aqui

A noticia do dia

É uma bomba para animar a campanha eleitoralAqui. O PS já desmentiu, mas a forma como vai lidar com esta notícia vai determinar o vencedor das eleições de 20 de Fevereiro.

quinta-feira, fevereiro 10

A nova imagem de Bin Laden

A arte tem a capacidade de surpreender Aqui

Legislativas 2005 - Os cromos (43)

cabeça de lista do CDS pelo Porto, Pires de Lima, defende que os democratas- cristãos são os revolucionários do século XXI.

Sobe Desce

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Os Silvas
Nelson Mandela
A seguir
À espera da paz
Para esquecer
Um estilo caceteiro
Em campanha

Sócrates by Sócrates

O líder do PS, na entrevista que concedeu à TSF, num dos raros momentos de sinceridade, fala de si próprio.Leia Aqui

Legislativas 2005 - Os cromos (42)

economista António Borges, conotado com o PSD, está desiludido com campanha eleitoral.

Extrema-direita em acção

Um site de simpatizantes com as teses da extrema-direita apela a uma manifestação contra a adesão da Turquia à União Europeia, com concentração no Marquês de Pombal, sábado, 12 Fevereiro, às 15 horas. Um dos muitos links colocados no site remete para o PNR - Partido Nacional Renovador, um dos partidos que concorrem no próximo dia 20 de Fevereiro.

Dignidade

O meu jornal diário faz mea culpa sobre a notícia do Cavaco Silva


Sinais de tensão

Miguel Cadilhe é o mais recente foco de divisão entre o PSD e o CDS-PP. Santana quer, mas Cadilhe só diz que sim se Portas ficar de fora. Entretanto, há uma enorme questão prévia: o PSD tem de ganhar as eleições para poder fazer Governo.

quarta-feira, fevereiro 9

E agora?

É uma boa notícia. Os géninhos estão de regresso a casa.
Em pleno período de campanha eleitoral, o primeiro-ministro vai receber os militares da GNR ao aeroporto, durante a madrugada de hoje. Será que vai sózinho?

A beira do limite

Os dois candidatos a primeiro-ministro voltaram ao clima de forte troca de acusações. Depois de Santana Lopes ter ameçado processar as empresas de sondagens, por apresentarem resultados desfavoráveis em relação ao PSD, chegou a vez de José Sócrates dizer que o seu opositor inventou uma sondagem, que refere que o PS perdeu oito pontos na última semana. É demais. Por este andar, a próxima semana ainda vai ser inundada de sondagens para todos os gostos. É triste que o debate político esteja à mercê do ping-pong de acusações e desmentidos que só ajudam ao descrédito total da campanha eleitoral.

Garganta funda

É umas das páginas mais brilhantes do jornalismo de investigação. De acordo com o DN está para breve a revelação da fonte que permitiu a dois jornalistas revelar o escândalo do Watergate, Aqui e Aqui

A opinião do dia

A Grande Tanga, uma coluna a não perder Aqui

Legislativas 2005 - Os cromos (41)

Alberto João Jardim está parcialmente satisfeito com o desmentido de Cavaco Silva.

Sobe e Desce

O melhor instantâneo
O que é preciso é que falem da gente
É demais
A seguir
Uma questão maior
Para esquecer
A culpa é dos outros

Legislativas 2005 - Os cromos (40)

Portas volta a ser o Paulinho das Feiras, mas com mais segurança e em passo acelerado

Erro ou provocação?

A margem de manobra do líder do PSD é tão estreita que não se percebe por que razão optou por chamar os jornalistas a São Bento para falar de questões de campanha. Será que o objectivo de mostrar a piscina, que Cavaco Silva mandou construir, justifica uma atitude que roça a provocação?
Tal como aconteceu com outros líderes, em períodos pré-eleitorais, a confusão de papéis entre o primeiro-ministro e o candidato a primeiro-ministro merece censura política. De facto, não se pode evitar, nalgumas circunstâncias, a sobreposição das duas funções, mas é de esperar uma atitude digna e de respeito em relação ao jogo democrático. Não basta apontar o dedo ao adversário, identificando aproveitamentos passados dos cargos governativos, para justificar atitudes idênticas. Porventura, não é por acaso que, hoje, no Algarve, da parte da manhã, a campanha foi morna e pouco mobilizadora. Santana Lopes só poderá recuperar a desvantagem em relação a José Sócrates se conseguir arrancar com uma onda de entusiasmo que consiga captar os votos dos indecisos. Com ruídos do tipo este-tipo-anda-a-usar-o-aparelho-de-Estado, Santana Lopes não vai lá. Nem com a ajuda de uma máquina de propaganda profissional.

terça-feira, fevereiro 8

Cavaco escondido...

Há desmentidos que são confirmações, sobretudo quando são muito tardios.
Cavaco Silva, depois de Alberto João Jardim ter pedido a sua expulsão do PSD, veio negar a notícia do Público. Afinal, aparentemente, o ex-primeiro-ministro não aposta na maioria absoluta do PS. Horas depois de José Sócrates cavalgar a notícia do Público, Cavaco Silva mandou desmentir a notícia do dia. É pouco, muito pouco, para quem não quer fazer o jogo dos naturais adversários políticos do PSD. Ou será que o PS e o CDS-PP são parceiros políticos, ainda escondidos, da candidatura presidencial de Cavaco Silva?

Um sinal de esperança

Mahmud Abbas e Ariel Sharon assinaram um cessar fogo no Médio Oriente. É mais um. O décimo acordo assinado entre israelitas e palestinianos, em Charm el-CheiK, no Egipto, que permanece na rota da paz. É um passo que pode ser decisivo para o estabelecimento da paz entre dois Estados livres e independentes.

Um caminho

Cavaco Silva continua a alimentar o cerco à actual liderança de Santana Lopes. O ex-primeiro-ministro é notícia, hoje, no Público, por defender, obviamente, em círculos privados, quiçá, ali para os lados do Campo Grande, que aposta numa maioria absoluta do PS, em 20 de Fevereiro.
Esta não é a primeira vez que Cavaco Silva se mostra cansado do seu próprio PSD. Depois do célebre tabu, que deu cabo de qualquer hipótese de sucessão vitoriosa, como se veio a confirmar com a vitória de António Guterres, em 1995, Cavaco Silva tem vindo a alimentar um processo de terra queimada e de distanciamento do partido para melhor preparar a sua segunda aventura presidencial.

Depois de algumas bicadas em Durão Barroso, menos explícitas, mas desgastantes, Cavaco reforçou o tom dos ataques a Santana Lopes: no Expresso, escreveu sobre os políticos incompetentes; de uma forma subtíl, deixou escapar que era a favor da dissolução da Assembleia da República; por fim, recusou aparecer ao lado de Santana Lopes no cartaz de campanha.
As posições de cavaco Silva são mais do que um brinde ao PS e ao CDS-PP, nas legislativas de 2005. São uma consequência de uma luta declarada, ainda que em surdina, entre Santana Lopes e Cavaco Silva pelo cargo de Presidente da República.
Aliás, não é por acaso, que as presidenciais surgiram na campanha eleitoral. O barómetro do Diário de Notícias dá vitória a Cavaco Silva, seja qual for o adversário, Jerónimo de Sousa lança Carlos Carvalhas e os socialistas, assobiando para o ar, dizem que não é o momento certo para falar do seu candidato presidencial.
À margem de toda esta polémica, José Sócrates não perdeu tempo. À boleia das expectativas do líder histórico do PSD, Sócrates já elogiou a coerência do seu antigo modelo de inspiração política, nos tempos em que militava na JSD.
A campanha começa a ser tão táctica, cínica e falsa que só faltava completar o cerco anti-santanista. José Sócrates elogiou Paulo Portas por ter faltado a uma cerimónia de Estado, que decorreu em plena campanha eleitoral.
No momento da apresentação do candidato do PSD a Belém, lá para o Verão, será possível perceber se a intervenção política de Cavaco Silva se deve a um alto sentido de Estado ou a um mero oportunismo político.

Para quem quer

Os jornalistas da SIC acompanham a campanha eleitoral em directo. A não perder

UAU!

O número de telemóveis em Portugal aumentou 26 vezes, num espaço inferior a uma década.

segunda-feira, fevereiro 7

Uma resposta adequada

A notícia do dia está Aqui. Há homilias que têm o demérito de servir para dividir a sociedade e as pessoas de Fé.
José Sócrates, pela primeira vez, em campanha eleitoral, assume uma posição frontal, não temendo afirmar que discorda das palavras do pároco da Igreja de São João de Brito.


Um trunfo de campanha

Na entrevista que concedeu à RTP, sexta-feira, 4, Pedro Santana Lopes anunciou que Miguel Cadilhe poderia ser o seu vice-primeiro-ministro para a competitividade. Passadas mais de 48 horas, o ex-ministro das Finanças de Cavaco Silva não desmentiu a notícia, o que está a provocar algum nervosismo nalgumas hostes social-democratas.

Legislativas 2005 - Os cromos (39)

José Sócrates afirmou que a RTP tem obrigações especiais na defesa do pluralismo, mas recusou-se a opinar sobre o anúncio de que Marcelo Rebelo de Sousa fará comentários políticos na televisão pública sem contraditório.

Legislativas 2005 - Os cromos (38)

A CDU promoveu uma acção de campanha, apelando ao sentido de humor. Pessoas mascaradas de Santana Lopes, José Sócrates e Paulo Portas apresentavam propostas eleitorais do PSD, PS e CDS/PP, em jeito de brincadeira de Carnaval

Sobe e Desce

O melhor instantâneo
Campanha sobre rodas
A seguir
Primeiras páginas do século passado
Guterres abre polémica
Para esquecer
Adopte um sniper


Legislativas 2005 - Os cromos (37)

Marques Mendes acusa o cabeça de lista do PS por Aveiro, Manuel Pinho, de ter medo de o enfrentar em debate, desafiando-o a seguir o exemplo do líder socialista, José Sócrates, que debateu com Santana Lopes.

Legislativas 2005 - Os cromos (36)

Horas depois de ter compreendido que perdeu o confronto com Santana Lopes, em Castelo Branco, José Sócrates inaugurou uma nova máxima: as camionetas dos partidos só devem servir para transportar militantes do distrito


Um verdadeiro artista


Einhart Jácome da Paz é o responsável pela campanha de Pedro Santana Lopes. Para o melhor e para o pior. O comício de Castelo Branco foi um espectáculo mediático perfeito.

Uma banhada

O duelo entre o PS e o PSD, em Castelo Branco, é revelador dos estados de espírito dos respectivos militantes. De um lado, os socialistas, tristes e apagados, talvez demasiado convencidos que a vitória está no papo. Do outro lado, os social-democratas, apoiados por uma máquina profissional, demonstraram alegria, confiança e expectativa na inversão da tendência apontada pela generalidade das sondagens. Tal como era esperado, a vitória no debate televisivo permitiu a Santana Lopes partir para a campanha com uma nova dinâmica eleitoral. Só não vê quem não quer.
Na terra do candidato socialista, que ainda contou com o apoio de António Guterres, que já não consegue mobilizar as hostes socialistas, esperava-se mais, muito mais. Aliás, muitos estavam convencidos que o comício de Castelo Branco seria o arranque para a campanha da maioria absoluta. A realidade foi diferente. Tal como se apresentou em Castelo Branco, este é um PS acomodado, com uma liderança que não revelou ainda capacidade para arrancar uma onda de entusiasmo que lhe permita alcançar uma vitória clara, quiçá, uma maioria absoluta. A derrota no confronto de Castelo Branco pode ter sido apenas um percalço da máquina socialista, que, afinal, pode servir para a despertar para um esforço adicional, na recta final da campanha. Caso contrário, como tem referido Santana Lopes, as eleições estão longe de estar decididas e as legislativas podem ser discutidas até ao último dia.

sábado, fevereiro 5

He’s back

Os últimos três dias podem ter feito a diferença para Pedro Santana Lopes recuperar uma nova dinâmica eleitoral. Na SIC e na 2, depois na TSF e ontem na RTP, com Judite de Sousa, o candidato a primeiro-ministro alcançou o pleno.
É impressionante, a todos os níveis, como um político que está na mira de todo o mundo, e nalguns casos justificadamente, tem a capacidade para manter a calma, recuperar o controlo e o conhecimento dos dossiers e ainda determinar a agenda política das próximas duas semanas.
Para quem tinha dúvidas, apesar das prestações anteriores, Santana Lopes surpreendeu ao apresentar o perfil do seu ministro das Finanças, se ganhar as eleições: Miguel Cadilhe. Das duas uma: ou é mais uma trapalhada do líder do PSD, e isso pode significar o seu fim, ou então, no caso de Cadilhe não vir a terreiro desmentir, está confirmada a tendência de recuperação de Santana Lopes, precisamente no dia em que começa, oficialmente, a campanha eleitoral.
Os anti-santanistas e os que odeiam o estilo do primeiro-ministro em funções, hoje, devem ter compreendido que se precipitaram ao anunciar a sua morte. Santana Lopes, politicamente, está vivo e bem vivo. Ao ponto de afirmar: vou ganhar as eleições.
Depois de um início para esquecer, agora, aparentemente, estão criadas as condições para uma campanha viva, renhida e, porventura, esclarecedora, com dois candidatos em condições de disputar a liderança do próximo Governo. É bom para a Democracia e é bom para Portugal.

sexta-feira, fevereiro 4

Legislativas 2005 - Os cromos (35)

Santana Lopes recebe Durão Barroso, em São Bento, amanhã, às 12:00, para uma reunião de trabalho que, na realidade, poderá servir para apoiar o PSD na campanha para as legislativas.


Legislativas 2005 - Os cromos (34)

Pires de Lima, cabeça de lista do CDS/PP pelo Porto, depois de um almoço com o presidente do Futebol Clube do Porto, considerou que as dívidas dos clubes de futebol (Totonegócio) são uma questão jurídica.

Em directo

A TSF antecipou-se a toda a concorrência, nomeadamente à Antena 1 e à Rádio Renascença, ao realizar uma série de entrevistas com os principais líderes políticos. Hoje, foi o dia de Santana Lopes, que revelou a intenção de avançar com um referendo sobre o aborto, no caso de vencer as eleições, uma notícia que está a marcar a agenda da campanha eleitoral.
Teresa Dias Mendes (editora de política) e António José Teixeira (comentador residente) têm feito uma dupla imparável, serena e competente. Agora, só falta a entrevista a José Sócrates, que vai para o ar na próxima quinta-feira, 10, às 10 da manhã.

Legislativas 2005 - Os cromos (33)

Paulo Portas manifestou-se contra a eventual realização de um referendo sobre o aborto, após Santana Lopes ter afirmado que, caso vença as eleições, defende um novo acordo com o CDS-PP sobre esta questão.

Sobe e Desce

O melhor instantâneo
Um diálogo gelado
A seguir
Depois do debate
Para esquecer
Nostalgias do passado

A melhor opinião do dia

Um texto interessante sobre o Sudão, assinado por Nuno Pacheco, Aqui.

O rescaldo

Paulo Portas e Cavaco Silva não devem estar nada contentes com o resultado do debate entre José Sócrates e Pedro Santana Lopes. A vitória do actual líder do PSD, - que se deverá traduzir numa nova dinâmica eleitoral -, é um obstáculo inesperado para o presidente do CDS-PP e para o ex-primeiro-ministro.
O crescimento do CDS-PP, que só pode ser alcançado à custa do eleitorado social-democrata, fica ainda mais difícil com Santana Lopes a recuperar terreno. A inversão da tendência, a acontecer, pode implicar que o voto útil continue a ser o que era, ou seja, no PSD, o único partido que está em condições de disputar as eleições e de impedir a maioria absoluta de José Sócrates.
Cavaco Silva também não tem razões para estar contente. Cavaco sabe que a sua aventura presidencial, a confirmar-se, só tem pernas para andar num cenário de esmagamento eleitoral de Santana Lopes e de uma maioria absoluta socialista. Um resultado semelhante ao de 2002, em que PS e PSD ficaram separados por uma pequena margem de votos, não interessa a um candidato presidencial com o perfil do ex-primeiro-ministro.

Legislativas 2005 - Os cromos (32)

Pedro Santana Lopes, na entrevista à TSF, disse que, caso vença as eleições de 20 de Fevereiro, terá de fazer um novo acordo de Governo com o CDS-PP para viabilizar um referendo sobre o aborto.

Legislativas 2005 - Os cromos (31)

Jerónimo de Sousa não viu o debate. Para o líder do PCP as grandes questões nacionais passaram ao lado de Santana Lopes e José Sócrates.

Legislativas 2005 - Os cromos (30)

Paulo Portas anunciou que o CDS- PP vai apresentar queixas contra a SIC na Comissão Nacional de Eleições e Alta Autoridade para a Comunicação Social pela não transmissão de resposta a acusações do Bloco de Esquerda.

Legislativas 2005 - Os cromos (29)

cabeça de lista do Partido da Nova Democracia (PND) por Aveiro, Jorge Ferreira, criticou a demissão do poder político face à destruição do sector pesqueiro.

quinta-feira, fevereiro 3

A vitória no último minuto

Pedro Santana Lopes ganhou.
Nas alegações finais, o primeiro-ministro foi mais profissional, olhando directamente cada um dos muitos milhões de portugueses que assistiram ao debate do ano, na SIC e na 2, para lhes dizer que também tem um sonho para Portugal.
O líder do PSD protagonizou uma mensagem mais clara e mais emocional, garantindo que os portugueses podem contar com ele. As suas últimas palavras são de humildade: eu atrevo-me a dizer que conto convosco.

José Sócrates esteve ao seu melhor nível.
Corajoso, afirmativo, seguro, capaz e determinado, - talvez um pouco arrogante -, o engenheiro obteve um atestado de credibilidade.
O que falhou?
As últimas palavras têm de ser olhos nos olhos, com os telespectadores, tal e qual como esteve com Santana Lopes, durante o debate, mesmo nos momentos mais difíceis, nomeadamente em relação aos boatos de que tem sido alvo.
Aliás, foi assim que o debate começou.

Maria Flor Pedroso, editora de política da RDP, colocou a pergunta certa para abrir o debate – a campanha de boatos e as polémicas declarações de Santana Lopes, em Famalicão, saltaram para cima da mesa.
Sócrates esteve magnífico. Passou ao ataque, sem medo de enfrentar a questão. Santana Lopes reagiu, apesar da condição desfavorável em que se encontrava, depois de ter sido duramente castigado pela generalidade da imprensa. Acontecia o primeiro empate do duelo.

O debate foi discutido taco-a-taco.
Em nenhum momento, apesar de uma ligeiríssima vantagem de Sócrates na primeira parte, houve um vencedor destacado.
O líder do PS bem tentou empurrar o debate para o campo da avaliação da governação Durão Barroso/Paulo Portas/Santana Lopes. Se não o conseguiu não foi por sua culpa. O modelo do debate, com perguntas pré-definidas, não permitiu esse caminho. Santana Lopes, habilmente, resistiu a replicar de forma a que os jornalistas fossem pela responsabilização da actual maioria.
Sócrates surgiu concentrado, atacando os resultados negativos das políticas aplicadas nas últimos três anos. Todavia, Santana Lopes também surgiu firme e com a lição estudada, clamando que está a ser julgado por apenas quatro meses de governação.
Os temas da primeira parte do debate, nomeadamente os impostos, as pensões, a pobreza, o aumentos dos funcionários públicos, as reformas e o desemprego, revelaram um líder do PS mais competente e agressivo, mas não permitiram um KO.

Na segunda parte, o debate começou com a co-incineração, que marcou um novo empate técnico entre os dois únicos candidatos a primeiro-ministro de Portugal.
O aborto, a clonagem, a adopção e o casamento entre homossexuais também não estabeleceram uma clara vantagem, apesar de confirmarem uma certa supremacia de José Sócrates.
Afinal, estes não são os temas principais da agenda política, como sublinhou o líder do PS. Mas, aqui, a contradição funcionou a favor de Santana Lopes. O líder do PS conferiu grande importância a estes temas, mas preferiu, e bem, apostar em assuntos realativos ao dia-a-dia dos portugueses. Santana Lopes não se deu como vencido e insistiu que estes são os temas da modernidade, que estão em cima da mesa na Europa.

A partir deste momento, tudo e todos esperavam por um clique, que permitisse eleger um claro vencedor. Mas, até neste momento, o empate permanceu.
Santana Lopes marcou pontos quando explorou o silêncio de Sócrates em relação a uma vitória do PS sem maioria absoluta. Por sua vez, o líder do PS ganhou crédito quando colocou Santana Lopes perante as trapalhadas dos últimos quatro meses, nomeadamente quando o invectivou a explicar por que razão não conseguiu governar com uma maioria no Parlamento.

Tudo se decidiu nos últimos oito minutos.
Santana Lopes conseguiu passar uma mensagem mais afectiva, assumindo-se, legitima ou ilegitimamente, como o campeão dos que enfrentam os poderosos, nomeadamente a banca.
José Sócrates, inexplicavelmente, evitou a câmara, o olhar de cada um dos portugueses, mas registou, racionalmente, uma a uma, as vulnerabilidades do seu opositor - o pior crescimento da economia, desde 1944; a subida do desemprego; a degradação das contas públicas; o sentido de Estado; a necessidade de mudar; e a vontade de fazer Portugal voltar a acreditar.

Em síntese, Santana Lopes ganhou no campo mediático, uma valência que não se pode ignorar.
José Sócrates podia ter ganho, pelo que fez durante o debate, mas cedeu no último momento, no momento crucial de uma intervenção televisiva, mas não comprometeu a sua esmagadora vantagem em relação ao seu principal e directo opositor, como comprovam as diversas sondagens

Legislativas 2005 - Os cromos (28)

Paulo Portas vai falhar o debate entre Santana e Sócrates. O presidente do CDS/PP vai estar presente num jantar com militantes do partido, num restaurante de Montemor-o-Novo, que não tem televisão.

Legislativas 2005 - Os cromos (27)

A CDU acusou hoje PSD e CDS-PP de estarem a utilizar verbas da Câmara de Lisboa na campanha eleitoral para as legislativas de 20 de Fevereiro através de acções que estão a ser planeadas há meses.

Uma entrevista imperdível

O olhar de Alain Minc sobre a realidade portuguesa, publicado Aqui, tem a vantagem de nos despertar para novas perspectivas sobre o lugar de Portugal na Europa.

Legislativas 2005 - Os cromos (26)

Luís Nobre Guedes exorta a cidade dos estudantes a uma atitude ambiental: «Coimbra devia impedir Sócrates de entrar na cidade».

Sobe e Desce

O melhor instantâneo
Rivalidades na blogosfera
A seguir
Ministro, qual Ministro?
Para esquecer
Uma grande azia

Legislativas 2005 - Os cromos (25)

Ilda Figueiredo lamentou que a pré-campanha esteja a servir para discutir 'fait divers' e não as dificuldades dos agricultores.

Legislativas 2005 - Os cromos (24)

grande contributo da JSD para uma campanha eleitoral esclarecedora continua imparável. Depois dos cartazes, chegou a hora do «manual da mentira».

A sondagem do dia

José Sócrates parte para o grande debate com Santana Lopes confortado por uma sondagem publicada no JN.

Decisivo

O debate entre José Sócrates e Pedro Santana Lopes, hoje, na SIC e na 2, às 20.30, vai decidir o vencedor das próximas eleições. Conheça tudo sobre o debate do ano Aqui.

Portas sem margem

É uma entrevista magistral ao líder do CDS-PP, na RTP.
Judite Sousa revelou um político banal, distante do brilhantismo retórico de outros momentos.
Mérito da entrevistadora ou um falhanço do político?
Paulo Portas não está habituado a ser entrevistado por jornalistas que estudaram as suas posições políticas. Felizmente, para o esclarecimento da população, a ex-directora da RTP esteve à altura de um momento importante.
O início da entrevista foi decisivo. Portas esbarrou nas questões pertinentes e incisivas sobre o estado de guerrilha eleitoral entre o PSD e o CDS-PP. Nem os nervos de aço, uma das maiores qualidades de Portas, foram suficientes para salvar a situação.
Ao longo dos primeiros minutos, o político perdeu o controlo, não conseguindo disfarçar a irritação de ser confrontado com algumas das suas posições virtuais.
Num segundo momento, Portas teve de enfrentar uma pergunta ainda mais embaraçosa. Com serenidade e frontalidade, Judite Sousa colocou em cima da mesa uma acusação do Bloco de Esquerda, divulgada umas horas antes: Bagão Félix e Paulo Portas usaram os registos do Estado para enviar cartas de propaganda aos 400 mil ex-combatentes. Paulo Portas negou, mas adiantou que iria saber o que se tinha passado.
Encostado às cordas, o dirigente partidário percebeu que a entrevista já estava comprometida, pelo que optou por uma estratégia de limitação dos estragos.
Nervoso, e algo desconcentrado, o líder do CDS-PP ainda foi obrigado a entrar em terrenos minados, como a Justiça e as Finanças Públicas, afinal, duas pastas tuteladas por personalidades ligadas ao CDS-PP. Curiosamente, Portas invocou Bagão Félix, mas esqueceu-se de referir Celeste Cardona. O mais grave ainda estava para acontecer. O patrão do CDS-PP não conseguiu – ou não quis – distanciar-se do Governo de que faz parte, responsável por algumas das maiores trapalhadas de todos os tempos, nomeadamente em relação ao défice. Nesta matéria o derrapanço foi total.
A partir do meio da entrevista, a prestação de Portas foi confrangedora. Exige transparência a José Sócrates, mas recusa revelar se vai aprovar um orçamento do PS, bem como foge a identificar qual é o partido mais bem colocado para ganhar as eleições, por três vezes consecutivas. O desastre só não foi total porque conseguiu desconcentrar Judite Sousa com um slogan bem recuperado: Não há vencedores antecipados, pois os votos são dos eleitores, não são dos partidos.
No meio do massacre -, uma situação inédita, completamente inesperada -, Paulo Portas ainda teve tempo de levantar a cabeça, insistindo numa das vulnerabilidades de campanha de José Sócrates: Ele não debate comigo. Talvez, a única questão em que marcou um ponto positivo.
No fim da entrevista, a propósito da polémica que rebentou com as declarações de Santana Lopes, em Famalicão, Judite de Sousa ainda disparou uma última pergunta de actualidade:
- Está solidário com as afirmações de Pedro Santana Lopes?
- Não sou comentador dos problemas entre o PS e o PSD, respondeu.
Judite Sousa tem o mérito de ter estado brilhante.
Paulo Portas, que não esteve ao seu nível, falhou uma oportunidade de ouro para potenciar a campanha do CDS-PP.

quarta-feira, fevereiro 2

A jovem Democracia

Os sinais de perversão das regras democráticas são mais visíveis, em períodos de campanha eleitoral.
O controlo do financiamento partidário, a verificação das despesas das campanhas eleitorais e o acesso dos partidos políticos aos meios de comunicação social, públicos e privados, deveriam ser escrupulosamente verificados e respeitados, mas, de facto, na prática, não o são.
O Tribunal Constitucional, sistematicamente, aponta irregularidades nas contas dos partidos. Aliás, é confrontado com a recusa de envio de pormenores relativos a movimentos bancários.
O responsável do organismo que deveria controlar os gastos dos partidos políticos em campanha eleitoral admitiu, recentemente, que não vai ter a possibilidade de fazer o seu trabalho porque foi empossado tardiamente e não tem os meios necessários.
Manuel Monteiro, na RTP, apontou o dedo aos critérios editoriais, acusando a estação pública de censura, com todas as letras, e em directo. Agora, chegou a vez da CDU criticar a SIC e a RTP por transmitirem o debate entre Santana Lopes e José Sócrates, quinta-feira, 3, considerando que a iniciativa discrimina os outros partidos.
Ano após ano, eleição após eleição, a repetição dos mesmos atropelos e a constatação da anarquia já nem suscitam grande atenção da parte da opinião pública.

É o regime do facto consumado, que se repete, sem cuidar da consolidação das mais elementares regras democráticas. Afinal, é a jovem Democracia portuguesa, que dá sinais de pretender continuar a ser imatura e descuidada com os princípios básicos, beneficiando do silêncio e da cumplicidade dos órgãos de soberania.

Sobe e Desce

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O boato
A referência
A seguir
Desocupação, já
Para esquecer
O português do brasileiro

Legislativas 2005 - Os cromos (23)


Santana Lopes ainda acredita na vitória. Mais de 30% de indecisos continuam a alimentar as esperanças do líder do PSD num bom resultado.

Legislativas 2005 - Os cromos (22)

Paulo Portas prometeu uma campanha inovadora. O líder do CDS-PP garantiu que fará uma campanha pela positiva, virada para o futuro, determinada, mas muito tranquila.



terça-feira, fevereiro 1

Brilhante, mas vazio

José Sócrates aproveitou. E muito bem. À boleia dos dislates oratórios de Santana Lopes, que parecem fruto de uma circunstância mas são resultado de um raciocínio frio e calculista, José Sócrates capitalizou e brilhou na RTP, durante a entrevista que concedeu a Judite de Sousa, menos agressiva do que é normal.
Apesar de mal maquilhado, a imagem passou: o líder do PS acelerou o discurso, sempre seguro, sorridente e simpático, para com a curiosidade e insistência normal da jornalista em relação a determinados aspectos da vida política portuguesa. O candidato a primeiro-ministro, que queria determinar a forma como os jornalistas se lhe deviam dirigir durante a campanha eleitoral, helàs, surgiu mais disponível, engolindo a insuportável arrogância que transborda quando fala, pelo menos durante cerca de uma hora.
José Sócrates passou, com distinção, a prova da entrevista política. Todavia, em termos de substância, tudo ficou na mesma. Continua vago, muito vago.
O projecto de Sócrates resumiu-se a um plano tecnológico incipiente, a algumas banalidades sobre a orgânica do Governo (como se já tivesse ganho as eleições), a duas ou três promessas avulsas em termos de economia e finanças e, infelizmente, a pouco mais. É aqui que reside o problema de José Sócrates. Por diversas vezes, o candidato a primeiro-ministro disse que não se queria comprometer, o que é inaceitável para quem se candidata à liderança do Governo. Tal como repetiu, noutras circunstâncias, Sócrates continua a alimentar um tabu em relação a um eventual cenário de vitória sem maioria absoluta. Não diz o que vai fazer. Aliás, é visível o esforço que faz para tentar disfarçar o incómodo por ter de responder a esta questão. Tudo, como se Sócrates sentisse uma espécie de direito divino a ganhar as próximas eleições, sem ter que dar explicações aos portugueses.
Com a entrevista a correr bem, José Sócrates ainda teve uma oportunidade de ouro, no final da entrevista. Como político arguto não a desperdiçou. Ao elogiar a decisão de Bagão Félix em avançar com a cobrança coerciva da dívida dos clubes de futebol, José Sócrates revelou autoridade, firmeza e determinação. Mas também demonstrou o seu instinto político, prometendo contribuir para vergar quem já não tem força e está fragilizado pelo arrastamento de sucessivos escândalos
.

Legislativas 2005 - Os cromos (21)

Santana Lopes garantiu que não quis fazer insinuações sobre a vida privada de José Sócrates.


Em directo

Manuel Monteiro protagonizou um dos momentos mais intensos da cobertura eleitoral da RTP. Inconformado com o tratamento desigual que está a ser dado aos partidos com representação parlamentar e aos outros pequenos partidos, o líder do PND abandonou o estúdio da RTPN, quando a emissão estava no ar, deixando severas críticas aos critérios editoriais da estação pública.

Sobe e Desce

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A verdade não mora aqui
A seguir
A reserva da Nação
Para esquecer
As galinhices

A notícia do dia

Paula Torres de Carvalho assina Aqui um excelente artigo, que permite atestar o ponto a que chegou a nossa Democracia. Vai ser interessante saber qual dos partidos políticos com representação parlamentar vai reagir. Ou será que o pacto de silêncio vai ser mais forte?