Os sinais de perversão das regras democráticas são mais visíveis, em períodos de campanha eleitoral.
O controlo do financiamento partidário, a verificação das despesas das campanhas eleitorais e o acesso dos partidos políticos aos meios de comunicação social, públicos e privados, deveriam ser escrupulosamente verificados e respeitados, mas, de facto, na prática, não o são.
O Tribunal Constitucional, sistematicamente, aponta irregularidades nas contas dos partidos. Aliás, é confrontado com a recusa de envio de pormenores relativos a movimentos bancários.
O responsável do organismo que deveria controlar os gastos dos partidos políticos em campanha eleitoral admitiu, recentemente, que não vai ter a possibilidade de fazer o seu trabalho porque foi empossado tardiamente e não tem os meios necessários.
Manuel Monteiro, na RTP, apontou o dedo aos critérios editoriais, acusando a estação pública de censura, com todas as letras, e em directo. Agora, chegou a vez da CDU criticar a SIC e a RTP por transmitirem o debate entre Santana Lopes e José Sócrates, quinta-feira, 3, considerando que a iniciativa discrimina os outros partidos.
Ano após ano, eleição após eleição, a repetição dos mesmos atropelos e a constatação da anarquia já nem suscitam grande atenção da parte da opinião pública.
É o regime do facto consumado, que se repete, sem cuidar da consolidação das mais elementares regras democráticas. Afinal, é a jovem Democracia portuguesa, que dá sinais de pretender continuar a ser imatura e descuidada com os princípios básicos, beneficiando do silêncio e da cumplicidade dos órgãos de soberania.
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