A escolha do ministro das Finanças não é a decisão mais importante e complexa do futuro primeiro-ministro. Depois da adesão à União Europeia e após a substituição do escudo pelo euro, o ministro das Finanças deixou de ser uma peça decisiva na estrutura governamental, aliás, por que já não tem à sua disposição os tradicionais instrumentos para controlar os grandes agregados macroeconómicos e a evolução económico-financeira. A importância que continua a ser conferida ao titular da pasta das Finanças só pode ser explicada pelos resquícios salazarentos e cavaquistas que permanecem vivos na sociedade portuguesa.
Hoje, os tempos são diferentes.
A economia, a competitividade e a inovação, em pastas separadas ou unificadas, a Saúde, a Justiça, a Ciência e a Segurança são as áreas decisivas para a evolução do desenvolvimento e da competitividade.
O sucesso do futuro governo depende das escolhas apresentadas para estes sectores. Mas ainda depende mais da escolha entre a engorda dos grupos económicos, à custa dos habituais atropelos, e de um apoio sustentado às pequenas e médias empresas.
José Sócrates quando apresentar o XVII Governo Constitucional vai dar um sinal claro aos agentes económicos: ou está com a banca e com as grandes multinacionais, que trocam de país ao ritmo do volume de subsídios estatais e comunitários, ou está com os empresários que criam emprego, aguentam as crises conjunturais e determinam o nível do emprego e da qualidade de vida da generalidade dos cidadãos.
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