Paulo Portas e Cavaco Silva não devem estar nada contentes com o resultado do debate entre José Sócrates e Pedro Santana Lopes. A vitória do actual líder do PSD, - que se deverá traduzir numa nova dinâmica eleitoral -, é um obstáculo inesperado para o presidente do CDS-PP e para o ex-primeiro-ministro.
O crescimento do CDS-PP, que só pode ser alcançado à custa do eleitorado social-democrata, fica ainda mais difícil com Santana Lopes a recuperar terreno. A inversão da tendência, a acontecer, pode implicar que o voto útil continue a ser o que era, ou seja, no PSD, o único partido que está em condições de disputar as eleições e de impedir a maioria absoluta de José Sócrates.
Cavaco Silva também não tem razões para estar contente. Cavaco sabe que a sua aventura presidencial, a confirmar-se, só tem pernas para andar num cenário de esmagamento eleitoral de Santana Lopes e de uma maioria absoluta socialista. Um resultado semelhante ao de 2002, em que PS e PSD ficaram separados por uma pequena margem de votos, não interessa a um candidato presidencial com o perfil do ex-primeiro-ministro.
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