Pedro Santana Lopes vai deixar a liderança do PSD no congresso extraordinário do partido.
No caso de não suceder a si próprio, uma curiosa moda que parece ser admitida por alguns, o próximo secretário-geral do PSD está condenado a passar quatro anos na oposição, na pior das hipóteses. Se não houver surpresas, o caminho do sucessor de Santana Lopes vai ser difícil e complexo, com duas eleições fundamentais à porta: autárquicas e presidenciais.
Ainda condicionado pelo resultado de 20 de Fevereiro, o futuro líder do PSD vai ter de enfrentar em Outubro, ao que tudo indica, mais uma onda rosa, o que vai enfraquecer e dificultar, ainda mais, a reconstrução do partido. Poucos meses depois, chegam as presidenciais, com todas as incógnitas que encerram a próxima eleição do Presidente da República.
Hoje, ninguém sabe qual vai ser o futuro de Pedro Santana Lopes. Nem tão pouco se Cavaco Silva avança para a corrida a Belém. Do outro lado da barricada, as dúvidas também são muitas. Guterres arranca para mais uma batalha eleitoral?
Face a todos os cenários, que estão em aberto, importa recordar que o futuro primeiro-ministro, José Sócrates, tem uma larga maioria absoluta, pelo que um presidente de uma outra família política, eleito por sufrágio universal, pode implicar um confronto inevitável entre dois órgãos de soberania. Alguém consegue imaginar Sócrates e Cavaco a entenderem-se? O perfil de ambos antecipa um braço-de-ferro, com consequências imprevisíveis.
Assim, no prazo de um ou dois anos, a questão de regime pode colocar-se, novamente, depois de Jorge Sampaio ter aberto o precedente: dissolver a Assembleia República no momento em que existe uma maioria parlamentar que sustenta o governo em exercício.
A curto ou a médio prazo, os portugueses podem ser chamados, pelas boas ou pelas más razões, a discutir se o regime deve acentuar a vertente parlamentarista ou se deve evoluir para um presidencialismo à francesa.
1 comentário:
Acreditas mesmo que, depois de domingo, o Cavaco avança?
JFM
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