A margem de manobra do líder do PSD é tão estreita que não se percebe por que razão optou por chamar os jornalistas a São Bento para falar de questões de campanha. Será que o objectivo de mostrar a piscina, que Cavaco Silva mandou construir, justifica uma atitude que roça a provocação?
Tal como aconteceu com outros líderes, em períodos pré-eleitorais, a confusão de papéis entre o primeiro-ministro e o candidato a primeiro-ministro merece censura política. De facto, não se pode evitar, nalgumas circunstâncias, a sobreposição das duas funções, mas é de esperar uma atitude digna e de respeito em relação ao jogo democrático. Não basta apontar o dedo ao adversário, identificando aproveitamentos passados dos cargos governativos, para justificar atitudes idênticas. Porventura, não é por acaso que, hoje, no Algarve, da parte da manhã, a campanha foi morna e pouco mobilizadora. Santana Lopes só poderá recuperar a desvantagem em relação a José Sócrates se conseguir arrancar com uma onda de entusiasmo que consiga captar os votos dos indecisos. Com ruídos do tipo este-tipo-anda-a-usar-o-aparelho-de-Estado, Santana Lopes não vai lá. Nem com a ajuda de uma máquina de propaganda profissional.
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