«O perfume de revolta» motivou uma reacção pronta da parte dos guardiães do templo, oco e vazio, mas com os cofres cheios.
É um direito que lhes assiste.
Já se tornou um hábito assistir ao indecente escrutínio dos fracos e à tolerância em relação aos poderosos, a um sistema que esmaga quem não pode suportar mais a miséria e a exclusão.
É uma atitude que só pode merecer um profundo desprezo intelectual.
No século XXI, tal como é impensável aceitar a escravatura, também já não é possível desviar o olhar da miséria.
No Blasfémias, a reacção é assinada por este Sr.PMF, que tenta justificar o injustificável. Só quem não conhece a realidade francesa é que pode afirmar que «a França será talvez o país mais anti-liberal da Europa». Na verdade, já foi, em tempos idos. Hoje, a direita e a esquerda francesas, tal como as portuguesas, deixaram-se levar pelos cantos da sereia do capitalismo selvagem, camuflado por um conceito de globalização que tem servido para sustentar o insustentável.
«O perfume de revolta» não é uma «questão de fé, ou uma grande distracção». É muito mais. É a constatação de uma evidência.
Só os fundamentalistas de direita conseguem recusar a evolução civilizacional e a falência de um modelo assente na pobreza e na injustiça.
Mais curiosa ainda é a reacção de Sérgio Santos, no My Guide to your Galaxy. A mediocridade da argumentação chega ao ponto de perguntar: «Se uma revolta deste tamanho se desse em Cuba, seria por que razão? Devido ao embargo americano?» Eu respondo-lhe: Evidentemente!
Hoje, até a generalidade dos fundamentalistas de esquerda já perceberam que a ditadura política não é uma solução. Só uma pequena fracção de idiotas de direita, hipócritas e/ou destituídos de qualquer vivência cosmopolita, é que não percebem que a nova ditadura do liberalismo está condenada ao fracasso.
10 comentários:
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Este post deixa-me perplexo.
Seria possível ao autor dar um exemplo da deriva "neo-liberal" em que mergulhou a França? Estamos a falar da mesma França que tem o mercado laboral mais rígido da Europa, talvez só comparável ao nosso? Estamos a falar da França onde o interesse nacional continua a servir de pretexto para a aquisição dde empresas francesas por estrangeiros? Estamos a falar da França que reagiu à proposta de directiva dos serviços como se do Mein Kampf se tratasse?
Parece-me que para as suas conclusões oferece mais preconceito que argumentação. Numa classe política (da direita à esquerda) que elege o neo-liberalismo como o inimigo a abater...
errata:
Estamos a falar da França onde o interesse nacional continua a servir de pretexto para IMPDEDIR a aquisição dde empresas francesas por estrangeiros
É extremamente comovente ver alguém a escrever sobre aquilo que não compreende. Pobre Pinto. Será que me poderia explicar esse fantástico conceito de “ditadura do liberalismo”. Será algo parecido com o conceito de um objecto preto claro? Já agora será que o Pinto não percebe que quem incendeia carros e destrói a propriedade alheia são exactamente os excluídos do fantástico sistema social francês que protege quem está dentro do sistema, com leis laborais rígidas impedindo que estes excluídos possam entrar, dando-lhes em troca subsídios e pensões e amontoando-os em verdadeiros guetos, a que os Pintos deste mundo chamam de habitações sociais. Quanto ao Capitalismo Selvagem, será que foi a doutrina de Mao que tirou, no espaço de uma década, 100.000 milhões de Chineses da pobreza extrema? Se aqui o Pinto deixa-se de destilar ódio contra o sistema social que mais gente tirou da pobreza extrema, no mundo e não continuasse resabiado por causa do sistema político que ele tanto defendeu ter implodido, se calhar conseguiria perceber porque razão é que existem excluídos em França e principalmente porque é que eles são vitimas da tal política social.
“No século XXI, tal como é impensável aceitar a escravatura, também já não é possível desviar o olhar da miséria.”
Exactly.
During all the existence of communist China people tried to escape the misery and oppression fleeing to the prosperous Hong Kong and Taiwan (it still keeps happening people in mainland China still cannot move freely to Hong Kong). Neither their counterparts in communist North Korea, can flee the horror, the misery and widespread famine in their country (not even necessary to mention the brutal oppression) to the other side of the island, the free South Korea.
Neither the people trapped behind the Wall (the Wall built by their “benevolent” communist rulers, so they couldn't flee the nightmare of their country) yet many rather died trying crossing that Wall than continue a horrible life of misery without any hope; some managed to cross to the potency at the other side of the Wall, the Federal Germany.
The Cuban people you mentioned flee at the very first chance they get to where the resistance is -- Miami. Despite being bombarded continuously with propaganda against the free world, (and with all foreign press forbidden) the people flee, they try to leave behind the misery of their lives and the policial state.
"Identifican a cubanas ahogadas en alta mar
por WILFREDO CANCIO ISLA
El Nuevo Herald
Martes 8 de noviembre del 2005
Los cadáveres de dos mujeres, dos hombres desaparecidos y la repetida historia de una embarcación que zozobró con exceso de pasajeros en el Estrecho de la Florida, sumaban ayer nuevos ingredientes de tragedia a la inmigración ilegal de cubanos en un año que ya marca un récord histórico de muertes ocurridas durante la travesía desde la isla.
Un total de 33 personas desaparecidas, cinco muertos durante el viaje y otro fallecido en plena fuga frente a las costas cubanas, son las cifras que archiva el 2005, el cual ha sido particularmente activo en operaciones marítimas de tráfico humano.
Fuentes familiares identificaron ayer a Isabel Menéndez, de 75 años, y Lucía Cardentey, de 35, residentes de Artemisa [La Habana], como las mujeres fallecidas al volcarse el pasado sábado la embarcación en que viajaban, 65 millas al sur de Cayo Hueso. Los cadáveres se encontraban anoche en la Oficina del Médico Forense del condado Monroe, mientras sus parientes cercanos procedían a reclamarlos para realizar las honras fúnebres en Miami.
[……]
El Servicio Guardacostas anunció también que había suspendido la búsqueda de otros dos desaparecidos de un grupo de 14 cubanos. Doce de ellos llegaron el viernes a Dry Tortugas y fueron llevados a Cayo Hueso.
''Es una tragedia tras otra'', comentó ayer Luis Díaz, el portavoz de los Guardacostas. ``Tripulantes sin experiencia que recargan las embarcaciones y se lanzan a un mar con olas de seis pies... no sé si pagaron o no, pero es una acción criminal de todas formas''.
Desde enero, 2,458 inmigrantes cubanos han sido interceptados en el mar, lo que representa la mayor cifra de intercepciones de la última década."
And the protests are against the USA?
See the jails in Cuba, (is full of them) see where are anyone (of the ones not directly killed) who are against the tyrant, the ones fighting against the nightmare in their country.
You never talk about those protesters don’t you? You never talk about so many millions worldwide who made the most glaring demonstration of all, not minding dying if they could only flee, fleeing for their lives, fleeing the misery, fleeing the starvation to death, fleeing the total oppression, fleeing for the hope of a better life (or just being alive having the dignity of a human being) a concept unknown in the jails (jails with the name of a country) where they are.
Where only ONE person, owns everything (in an absolute sense), owns all property, all production systems….. Including the people itself.
If you want me to put data here, we can go from the very beginning to now. The numbers, the countries, the leaders. The life in each one of them. From Lenin, to Pot Pot, to Fidel, to Mao to any place under communism.
And about France others already put you straight; ever heard about “welfare states”?
France tops Europe on this.
Now more of what you wouldn’t like people to know -- above all your comrades in communism who live as mislead as you:
“Karl Marx explained that capitalism would make the rich richer and the poor poorer. If someone was to gain, someone else had to lose in the free market. The middle class would become proletarians, and the proletarians would starve.
What an unlucky time to make such a prediction. The industrial revolution gave freedom to innovate, produce and trade, and created wealth on an enormous scale. It reached the working class, since technology made them more productive, and more valuable to employers. Their incomes shot through the roof.
What happened was that the proletarians became middle class, and the middle class began to live like the upper class. And the most liberal country, England , led the way. According to the trends of mankind until then, it would take 2000 years to double the average income. In the mid-19th century, the British did it in 30 years. When Marx died in 1883, the average Englishman was three times richer than he was when Marx was born in 1818.
The poor in Western societies today live longer lives, with better access to goods and technologies, and with bigger opportunities than the kings in Marx’ days.
Ok, said Marx’s evil apprentice Lenin. We might have been wrong about that. But the working class in the West could only become richer because they are bribed by the capitalists. Someone else would have to pay the price for that bribe – the poor countries. Lenin meant that imperialism was the next natural step of capitalism, whereby poor countries had to give up their work and resources to feed the West.
The problem with this argument is that all continents became wealthier, albeit at different speeds. Sure, the average Western European or American is 19 times richer than in 1820, but a Latin American is 9 times richer, an Asian 6 times richer, and an African about 3 times richer. So from whom was the wealth stolen? The only way to save this zero-sum theory would be to find the wreckage of some incredibly advanced spacecraft that we emptied 200 years ago. But not even that would save the theory. Because we would still have to explain from whom the aliens had stolen their resources.
It is correct that colonialism often was a crime, and in some instances led to horrible acts. But globalisation in the last decades shows that the existence of wealthy, capitalist countries facilitates development for poor countries if they participate in a free and voluntary exchange of ideas and goods. Globalisation means that technologies that it took wealthy nations billions of dollars and generations to develop can be used straight away in poorer countries. They can sell to wealthier markets and borrow capital for investments. If you work for an American company in a low-income country, you receive about 8 times the average income in that country. Not because multinational companies are more generous, but because they are globalised, and bring machines and management that raise the productivity of the workers, and consequently also their wages.
Therefore, opportunities for a poor country with open, market-friendly institutions increase as the rest of the world becomes more developed. It took England 60 years to double its income from 1780. 100 years later, Sweden did the same in just 40 years. Another 100 years later, countries like Taiwan , South Korea , China and Vietnam did it in no more than 10 years.
During the 1990s, poor countries with about 3 billion inhabitants have integrated into the global economy, and they have also seen their annual growth rates increase to almost 5 percent per capita. It means that average income doubles in less than 15 years.
Compare this to the much slower growth in rich countries, and the negative growth in developing countries where 1 billion people live. These countries, especially in sub-Saharan Africa , are the least liberal, the least capitalist and the least globalised. It seems Lenin had it upside down – poor countries that are connected with the capitalist countries with trade and investment grow faster than those countries, those that don’t become poorer.
Let’s have a short look at the statistics to see the greatest untold story ever. The proportion in absolute poverty in developing countries has been reduced from 40 to 21 percent since 1981. Almost 400 million people have left poverty – the biggest poverty reduction in mankind’s history. In the last 30 years chronic hunger has been halved, and so has the extent of child labour. Since 1950 illiteracy has been reduced from 70 to 23 percent and infant mortality has been reduced by two-thirds.
So the rich get richer, and the poor get richer even faster than the rich. Both Marx and Lenin were wrong. Enter a modern socialist like economist Robert Heilbroner. In 1989 he famously admitted:
“Less than 75 years after the contest between capitalism and socialism officially began, it is over: capitalism has won. The tumultuous changes taking place in the Soviet Union , China , and Eastern Europe have given us the clearest possible proof that capitalism organizes the material affairs of humankind more satisfactorily than socialism.” (New Perspectives Quarterly, Fall 1989) “"
John Bonython
But hey don’t deprive yourself, why live in a place with err… “wild capitalism” as Portugal; when there are places like the wonderful North Korea, still untouched by the “corrupt” capitalism, you see.
Move there, stop trying to bring back the nightmare; the WALL ALREADY FELL.
Let the Free World continue to be free.
Parabéns!É um comentário de grande dignidade e lucidez.
Disse
"[Perguntam-me] «Se uma revolta deste tamanho se desse em Cuba, seria por que razão? Devido ao embargo americano?» Eu respondo-lhe: Evidentemente!"
E escreveu o que escreveu na Visão.
A dúvida que me fica é: Estará a ser irónico? Ninguém pode ser assim tão caricatura da esquerda cega.
É que estas opiniões são aquelas que eu nem tinha a certeza que existiam.
Caro Rui, eu até respeito imenso muitas das crónicas que tem escrito ultimamente, entre os quais, "Incompreensível?" e muitos outros.
Mas nesta questão, acho que está completamente equivocado. Mais grave ainda, acho que não faz a minima ideia do que é o liberalismo.
O Perfume da Ignorancia.
Aui vem um senhor justificar o injustificavel. Assume-se fundamentalista de esquerda, embora sem o precisar de fazer, e demonstra que não sabe o que é o liberalismo. Eu entendo a sua frustacao, anos e anos a defender este pais, seu estado social e o seu multiculturalismo, e agora, na idade adulta da-se conta que errou. E triste. O artigo dele na visao, sempre ela, e de uma assustadora ignorancia tipica de esquerda. Preve o imprevisivel, e alarmista, pouco fundamentada e acima de tudo, e mais uma vez, consegue falar do bush. Meu amigo, voce, que se diz "jornalista", não se lembra que esses grupos de extrema esquerda sempre fizeram manifs dessas? Não se lembra que o que eles criticam muda consoante o tempo. Hoje bush, ja enjoa, amanha sera outro assunto. Alem de que consegue dizer que foram gigantescas, aqui no brasil nao foram de certeza. Mas como não viu inventa. Voce e um senhor que padece de uma doença grave de falta de analise e de coerencia. Não consegue atacar a sua frança, mas antes alastra para Portugal defendendo essas mesmas medidas francesas. Seria comico se voce nao escrevesse numa revista, que apesar de ser ma e tendenciosa, não merece ter um "jornalista" ainda pior. Ja agora reveja as suas definicoes de liberalismo, que as que tem não o são.
RCP , diga-me uma coisa .
Em sua opinião qual o país mais "anti-liberal" da europa ?
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