Um batimento irresistível
Curiosamente, temos um novo paradigma em Portugal.
Por um lado, a Justiça tenta apanhar quem foge ao fisco, colocando dinheiro nos paraísos fiscais. Por outro lado, temos um governo que quer captar milhões sem se importar muito bem com a origem do dinheiro.
Dirão os liberais e os neoliberais, incluindo o Sr.Pedro Madeira Froufe, do Blasfémias, que assina PMF (um velho conhecido dos tempos do caso da Universidade Moderna?), que até a Espanha já fez uma operação do mesmo tipo. É verdade. Mas os nossos vizinhos crescem muito mais do que Portugal. Por aqui, aparentemente, ainda vale mais especular financeiramente do que fazer investimentos reprodutivos.
Não é por acaso, certamente, que uma das medidas anunciadas durante o orçamento rectificativo foi o repatriamento dos capitais colocados ilicitamente no estrangeiro. Ontem, durante a discussão do orçamento para 2006, ficou-se a saber, através do primeiro-ministro, que já se conseguiram recuperar 500 mil euros dos anunciados 200 milhões de euros. Francisco Louçã, mais uma vez, conseguiu embaraçar José Sócrates, que continua a falar grosso e do alto do cadeirão de São Bento quando devia ser mais prudente. Após a primeira fase da Operação Furacão, certamente, também não é por acaso que José Sócrates recordou, na Assembleia da República, que ainda falta um mês e meio para fechar a porta a todo o tipo de capitais: os limpíssimos, os assim-assim e os sujos. Não é, senhor Froufe?
2 comentários:
Caro Sr. Pinto,
Pois será assim, sem dúvida, já que assim o diz....
Agora, deixe que também lhe diga: não sei a que se refere, nem me lembro de ter escrito nada, ultimamente, sobre algo que se assemelhe à sua discussão. Não é que não goste que me cite; até agradeço. Pelos vistos, serei um "paradigma" de uma certa maneira de pensar, sobre uma determinada coisa que o Sr. saberá. Não é mau. Muito obrigado. Agora, não me lembro de ter dito o que quer que seja sobre o que parece querer abordar no seu texto.
Já agora e a propósito, fui Presidente do Conselho Fiscal da Dinensino e, se sou um velho conhecido (seu...presumo; e presumo que seja conhecimento que tenhamos travado quando exercia essas funções, dado que nomeia expressamente a "Moderna"), peço-lhe desculpa pois não acho que me recorde de si, nem penso que tenha tido o prazer de o ter contactado....acho eu!
Quanto ao resto, para além de ter exercido tais funções, exerci e exerço muitas outras, profissionais (incluindo em órgãos sociais de outras pessoas colectivas) e académicas - como é relativamente público e por mim assumido, caro Sr. Pinto.
Ah, indelicadeza minha, relativamente ao comentário antecedente!Com efeito, se quiser dar-me o prazer de discutir, comigo, o que pensam os "liberais e os neoliberais" (e, já agora, acrescentaria, os ultraliberais), muito lhe agradeceria o contacto para o meu mail pfroufe@direito.uminho.pt.
Cumprimentos
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