Jorge Sampaio não convive bem com as críticas. Aliás, por vezes, o Presidente até parece que se julga acima de qualquer escrutínio, tal é tom de enfado das suas respostas, ao mínimo sinal de reparo.
A propósito da visita presidencial à China, um sindicato alertou, e bem, para um dos grandes problemas das economias europeias: a deslocalização. Independentemente do tom do comunicado do sindicato, Jorge Sampaio podia ter aproveitado esta oportunidade para relançar o debate sobre a deslocalização das grandes empresas e das multinacionais, uma das bizarrias da globalização, ou melhor, de um determinado tipo de globalização selvagem, que serve uma divisão internacional do trabalho que não olha a meios, do trabalho infantil à mais vil exploração. O certo é que Jorge Sampaio não aproveitou a oportunidade para retomar este debate, que está em cima da mesa na União Europeia. Um país que depende de uma única empresa, como é o caso de Portugal, com a AutoEuropa, não deve ignorar as consequências das deslocalizações selvagens. O que aconteceria se a AutoEuropa se transferisse para a China?
Mais uma vez, o Presidente preferiu subir o tom de voz, elevar-se ao nível do Olimpo (!?) e, porque não lhe apetece, em vez de enfrentar a questão optou por recordar o seu trabalho em prol da internacionalização da economia portuguesa.
É pena! É muito pouco!
Fica Portugal a perder e, sobretudo, fica a Democracia mais pobre, crispada e intolerante.
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