As eleições no Iraque provocaram uma série de declarações entusiasmadas dos defensores da invasão norte-americana. Para eles, uma vitória é uma vitória. A lei do vale tudo, até da mentira, é defendida às claras por todos aqueles que não perdem uma oportunidade para apelar aos valores.
É este pragmatismo medíocre e exibicionista, sempre respeitador e venerando em relação aos mais fortes e poderosos, que caracteriza uma parte do discurso político, em Portugal. Na hora da verdade, fazem-se as contas, obtém-se um saldo entre os prejuízos e os benefícios e, com um grande sorriso, se for preciso, defende-se o indefensável: até a eficácia da mentira.
Os que celebram o novo Iraque escondem o preço desta liberdade, conseguida à custa da ocupação e das armas. A vida do povo iraquiano não se resume a um dia, a uma montra protegida por um gigantesco exército, durante 24 horas. O futuro do Iraque é muito mais. É a divisão interna, o fundamentalismo religioso e o reforço das redes terroristas que continuam a dominar o país. Não há mentira nem vitória política que consiga esconder a verdade, a actual realidade do povo iraquiano.
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