O debate entre Paulo Portas e Francisco Louçã, na SIC Notícias, revelou duas dimensões da política: a verdade e o discurso de Estado.
Francisco Louçã esmagou o líder do CDS-PP, que não conseguiu despir a capa de um ministro da Defesa, que se revelou, sistematicamente, à defesa, por causa do constrangimento do passado governativo.
Em relação ao Iraque, à Europa, ao défice, às OGMA, ao desemprego, à venda de armas, aos benefícios fiscais, à toxicodependência, à tributação fiscal da banca (infelizmente, interrompida por João Adelino Faria) e ao aborto, o líder do Bloco de Esquerda encostou Paulo Portas, por diversas vezes, às cordas.
Só não foi um verdadeiro KO porque Francisco Louça hesitou, sem se perceber por que razão, em relação à questão da participação de Portugal na NATO e ao apoio estatal aos estabelecimentos fabris das Forças Armadas e aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo.
De facto, o Bloco de Esquerda pode afirmar um determinado discurso político porque nunca esteve no Governo. Mas, após o debate de hoje, na SIC Notícias, ficou claro que não basta alinhar um coro para a fotografia, muito afinado, repleto de uma série de personalidades, para fazer acreditar que há uma alternativa de Governo. Em síntese, o cinismo não pode prevalecer sobre a verdade, nem que seja por razões de Estado.
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