sexta-feira, janeiro 7

Ar puro


O espaço da comunicação social, que ganha uma crescente importância em períodos eleitorais, é repartido na sua esmagadora maioria pelos cinco partidos com assento parlamentar - PPD-PSD, PS, CDS-PP, CDU e BE. A representatividade eleitoral tem sido o factor determinante, o que tem contribuído para que os pequenos partidos sejam olimpicamente ignorados.
Há argumentos contra e a favor. De facto, a multiplicação de partidos, alguns deles bem esdrúxulos, é um argumento sólido dos que defendem o actual status quo. Todavia, a divisão do 'bolo' pelos grandes, tal como na economia e na política, cria uma situação, respectivamente, de oligopólio e de oligarquia, disvirtuando a concorrência. O inconveniente mais grave, porém, é o afunilamento do discurso político.
É preciso abrir a janela a outras mensagens, a outros políticos, a novas ideias e programas. Antes do início da campanha eleitoral, para as eleições legislativas antecipadas, vale a pena reflectir sobre a questão. Não basta andar a pulular sobre a incapacidade de renovação dos partidos políticos e sobre o esgotamento das doutrinas.

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