Bush e de Kerry parecem, politicamente, irmãos gémeos monozigóticos.
O terrorismo, a segurança e a mensagem de Osama Bin Laden provocaram um efeito tal que os dois candidatos, muitas vezes, pareciam o eco um do outro.
As diferenças entre os repúblicanos e os democratas esbateram-se, o que deixou a democracia norte-americana mais pobre. Ainda mais pobre.
Bush esteve igual a si próprio: medíocre, fanfarrão e irresponsável.
Kerry também não surpreendeu: incoerente, calculista e diplomático.
Tal como Mário Soares afirmou, e muito bem, no programa Prós-e-Contras, na RTP1, os Estados Unidos da América perderam uma oportunidade para escolher entre dois caminhos: o da guerra e o da paz.
A eleição de um candidato mais ou menos guerreiro é mais do mesmo, na linha paranóica do temos-de-os-exterminar, como se isso fosse aceitável ou possível.
Contrariar a ideia que se instalou - a guerra é dos fortes e a paz é dos fracos - tornou-se ainda mais difícil, muito por culpa de uma opinião banalizada, que confunde direitos humanos com passividade.
Seja qual for o vencedor, Bush ou Kerry, a liderança da Casa Branca vai estar entregue a um presidente que ainda não percebeu que a força das armas não é a única alternativa, nem é a solução final.
O vencedor das eleições é o poderoso lobbie do armamento. O resto é só conversa.
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