Por diversas vezes, e em vários momentos, Jorge Sampaio falou alto e grosso quando entendeu estarem em causa os direitos, liberdades e garantias. Fê-lo a propósito do aborto, do processo da Casa Pia e, mais recentemente, do caso Marcelo Rebelo de Sousa. A notariedade dos protagonistas e a importância dos processos justificaram a intervenção presidencial, concorde-se ou não com o seu conteúdo.
Hoje, o jornalista Manso Preto começa a ser julgado, por recusar revelar as suas fontes, naquele que é o primeiro julgamento, em Portugal, de um jornalista que invocou sigilo profissional. Chamado a testemunhar num processo de tráfico de droga, Manso Preto recusou revelar o teor de matérias de que tomou conhecimento enquanto jornalista, com base no cumprimento do seu dever de sigilo profissional. Perante a recusa, Manso Preto incorre numa pena de prisão de seis meses a três anos ou de multa não inferior a 60 dias.
Até ao momento, o silêncio de Jorge Sampaio é ensurdecedor.
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