Nos últimos tempos, as polícias têm sido notícia pelas piores razões.
Depois da alegada brutalidade sobre Leonor Cipriano, mãe da criança que desapareceu no Algarve, e da morte de polícias, na Cova da Moura e na Amadora, um jovem morreu, ontem, em Almada, na sequência de uma perseguição policial.
São acontecimentos da maior gravidade que devem merecer uma investigação profunda e credível. Um espancamento é um espancamento. Uma morte é uma morte. Seja polícia, presumível homicida ou um simples jovem de 17 anos.
A imprensa escrita pode tentar vender mais papel, puxando pelo sentimento de insegurança.
As rádios e as televisões podem tentar ganhar audiências à custa da insuportável dramatização.
Os comandos das polícias podem resguardar-se em inquéritos que mais parecem diligências pró-forma.
Os ministros podem tentar ganhar simpatias com palavras de circunstância e poses de Estado.
Talvez, muito mais importante, seria questionar, com seriedade, as causas que contribuíram para a ocorrência de tão graves casos.
A Lei - como é possível que se possam fazer interrogatórios informais a altas horas da noite?
Os meios - como é possível que um polícia e uma patrulha estejam à mercê de criminosos?
A formação - como é possível que uma perseguição policial resulte na morte de um assaltante de uma farmácia?
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