A crise institucional parece ter chegado ao fim, com a aceitação presidencial do pedido de demissão apresentado por Santana Lopes.
Chegou a hora do balanço, após esta monumental trapalhada, que provocou grandes estragos na credibilidade dos órgãos de soberania e do regime democrático. Fica a estranha sensação de todos terem jogado um jogo, com base em interesse pessoais e partidários, indiferentes às necessidades do país.
Depois de ter empossado Santana Lopes e Paulo Portas, um erro momumental, agora admitido por todos, Jorge Sampaio não se livra da suspeição de ter agido para favorecer o PS.
O Primeiro-Ministro, de um governo de gestão - Ufa! -, sai fragilizado por um conjunto de incidentes, perdendo uma oportunidade de ouro para consolidar a sua credibilidade junto do eleitorado.
Paulo Portas também sai a perder, pois está associado a um período negro da governação. A hesitação em relação ao futuro da coligação é o espelho do embaraço que o desfecho da crise pode representar para o CDS-PP. Não é por acaso que, agora, um minuto para Portas vale mais de 72 horas.
A Assembleia da República vê consolidada a sua imagem de verbo de encher, sendo dissolvida por um Presidente que se revelou indiferente a uma maioria parlamentar.
O resultado é evidente: Portugal vive uma crise de regime, sem precedentes, na pior conjuntura interna de há muitos anos.
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