O poder, a influência e o dinheiro não são sinónimos de inteligência, status e cultura. A propósito do nosso défice, do que temos e do que ainda vamos descobrir, alimenta-se a ideia da falência do Estado Providência. Aliás, a diabolização do Estado Social é uma manobra de último recurso de quem não percebe que a civilização mudou e evoluiu. Hoje, esta questão já não se coloca nem à esquerda nem à direita.
A apropriação ilícita do bem público, muitas vezes descaradamente ignorada, não se confunde com a necessidade de assegurar a redistribuição equitativa dos recursos estatais através de serviços essenciais. Entre uma coisa e a outra há uma grande diferença, que se percebia mal no século XIX, mas que é evidente no século XXI.
Não se pode confundir a má administração do Estado com a imperiosa tarefa, que lhe cabe, de assumir a liderança e controlo de algumas funções vitais.
A amálgama de conceitos só serve para confundir os cidadãos, aproveitando a sensação de revolta de quem se indigna, e bem, contra quem deveria administrar com todo o cuidado e critério.
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