Santos Silva, que tutela a pasta da Comunicação Social, rejeitou a ideia de haver concentração excessiva no sector de Media em Portugal. Uma declaração interessante, em plena fase de validação do negócio da Lusomundo. Mas Santos Silva foi mais longe. O ministro considera que há um défice técnico e deontológico no jornalismo, quiçá, uma primeira afirmação para preparar o país para a lei da rolha, com a chancela PS, que está para chegar. Obviamente, lá para o fim do ano.
Porventura, Santos Silva & Companhia gostariam mais de poder ditar os alinhamentos dos telejornais e as primeiras páginas da imprensa do alto dos seus cadeirões ministeriais, o que, eventualmente, em tão doutas opiniões, resolveria o défice técnico e deontológico do jornalismo.
Santos Silva também não gosta do jornalismo de investigação que se faz em Portugal. Nalguns casos, até pode ter razão. Mas Santos Silva está na posição ideal para dar um contributo que permita começar a inverter a situação. Bastava convencer o primeiro-ministro e os seus colegas do Governo a criar legislação rigorosa que obrigassem os seus gabinetes, a administração central e local, os institutos e departamentos públicos e as empresas controladas pelo Estado a desbloquearem a informação pública à comunicação social, de uma forma sistemática e transparente. Eis um grande passo para Santos Silva ganhar credibilidade para poder fazer juízos sobre o jornalismo em Portugal.
1 comentário:
não te esqueças. costa pinto, que foi santos silva que, antes das eleições, fez o trabalhinho de casa ao chefe (sócrates), que veio anuniar as medidas do PS para o sector da comunicação social. na altura, santos silva apregoava uma série de medidas CONTRA a excessiva concentração dos media.
mudam os tempos, mantêm-se as moscas.
inês
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